quinta-feira, 12 de março de 2015

Tratamento de Alzheimer através de ultrassons está a ser testado por cientistas

Foto retirada de: alzheimerportugal.orgUm grupo de cientistas está a desenvolver uma técnica experimental, testada em ratos, que desgasta a placa que se forma no cérebro de pacientes com Alzheimer. Alguns dos animais recuperaram a memória, revelando evolução nos tratamentos, divulga um estudo publicado na revista “Science Translational Medicine”.

A doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras). A lesão cerebral da doença é causada por depósitos anormais de fragmentos de proteínas beta amiloide, que formam umas placas que se concentram e criam um emaranhado que afeta a transmissão entre as células nervosas do cérebro.

Até hoje não existe cura para a doença de Alzheimer. No entanto, existem algumas medicações que parecem permitir alguma estabilização do funcionamento cognitivo nos doentes, nas fases ligeira e moderada. A barreira protetora que o cérebro possui, formada por uma espessa camada de células fortemente ligadas, obstrui a entrada de qualquer substância potencialmente nociva que circule no sangue.

Os neurocirurgiões Jurgen Got e Gerhard Leinenga, do Instituto do Cérebro da Universidade de Queensland, na Austrália, investigaram a hipótese de penetrar no cérebro do rato e desgastar a placa beta amiloide. Os especialistas realizaram um teste usando ultrassons combinados com microbolhas injetadas diretamente no sangue do rato, que vibravam em resposta às ondas emitidas, e assim abrir temporariamente a barreira protetora do cérebro. Esta experiência foi realizada várias vezes ao longo de algumas semanas no cérebro dos ratos afetados pelo Alzheimer.

Nos resultados constou-se que em 75% dos animais as placas desaparecerem quase por completo, sem causar danos no tecido do cérebro. Revelaram, ainda, que, depois de aplicado o tratamento, os ratos obtiveram melhores resultados nos testes de memória, orientação e reconhecimento de objetos. A análise dos tecidos cerebrais demonstrou que o ultrassom estimulou também as células do sistema imunitário do sistema nervoso central.

Os cientistas evidenciaram que se trata de uma técnica não invasiva que está nas primeiras fases de investigação, embora acreditem que, futuramente poderá ser uma estratégia possível para tratar o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

O próximo passo da investigação vai ser a realização desta técnica em ovelhas com Alzheimer.

Fonte: http://www.gazetadorossio.pt/mundo/tratamento-de-alzheimer-atraves-de-ultrassons-esta-a-ser-testado-por-cientistas/

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