Sistemas criados por grupo de pesquisador de São Carlos dispensam cirurgia.
Dispositivos ajudam a avaliar casos de traumatismo, epilepsia e pré-eclâmpsia
Utilização
Fonte: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2015/03/pesquisadores-desenvolvem-novos-meios-de-medir-pressao-intracraniana.html
Dispositivos ajudam a avaliar casos de traumatismo, epilepsia e pré-eclâmpsia
Pesquisadores liderados por Sérgio Mascarenhas, coordenador de Projetos
do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo em São Carlos
(SP), desenvolveram métodos de medição da pressão intracraniana que
dispensam cirurgias e negociam a aplicação dos modelos em grandes
hospitais do país.
Tudo começou em 2005. “Era possível diagnosticar pelos sintomas – como
descontrole urinário e andar arrastado – ou pela tomografia. Chegaram à
conclusão de que eu tinha a doença e a única terapia possível era
colocar uma válvula na minha cabeça com um catéter para a liberação do
líquido em excesso no cérebro no abdômen”, contou Mascarenhas, que
transformou o diagnóstico de hidrocefalia de pressão normal em
inspiração para inovações na medicina.
Ele e a equipe interdisciplinar composta por 40 pessoas desenvolveram
novas formas de acompanhar a pressão intracraniana e já patentearam dois
equipamentos - o terceiro está a caminho.
Equipamento permite monitorar a pressão no crânio
sem a necessidade de cirurgia (Foto: Divulgação)
sem a necessidade de cirurgia (Foto: Divulgação)
No segundo, não invasivo, um sistema acoplado a uma espécie de bandana é
mantido em contato com a cabeça do paciente e compara as variações da
pressão interna por meio das deformações da superfície do crânio,
apontando anormalidades.
Os modelos foram testados na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
na Universidade do Porto, em Portugal, na Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar) e no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP)
e apontaram avanços principalmente no monitoramento de pessoas com
traumatismo craniano, epilepsia e hipertensão na gravidez. “Na
pré-eclâmpsia, a pressão arterial sobe, elevando a pressão
intracraniana”, explicou.
Utilização
Os equipamentos possuem autorizações para pesquisas, mas Mascarenhas
afirmou que a expectativa é de que nos próximos meses a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) emita a certificação para uso geral.
“Estamos conversando com o Hospital das Clínicas de São Paulo e com o
Hospital Albert Einstein”, adiantou.
Novos métodos foram testados em hospitais no
Brasil e também em Portugal (Foto: Divulgação)
Brasil e também em Portugal (Foto: Divulgação)
Contratos com o Ministério da Saúde para uso em ambulâncias, por
exemplo, também não estão descartados. “Há o interesse, tanto que o
ministério, através da Organização Pan-Americana da Saúde, vem
financiando as pesquisas há quatro anos”. O Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Finep também apóiam os
estudos.
“Os métodos são 50 vezes mais baratos do que dispositivos desenvolvidos
no exterior, além de terem possibilidade de manutenção aqui no país.
Estamos em negociação com empresas que possam fazer a distribuição”,
finalizou Mascarenhas.
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