Já se sabia que reduzir o consumo de calorias atrasa o
envelhecimento. Mas cientistas da Universidade de Coimbra chegaram mais
longe e explicaram o processo de reciclagem celular. Publicado da
revista norte-americana Procedings of National Academy of Sciences, o
estudo do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de
Coimbra descreve um mecanismo inédito que explica que a redução de
calorias aumenta a molécula ‘neuropeptídeo Y’ (NPY), responsável por
estimular a “reciclagem celular”.
Não era um dado novo: diminuir o consumo de calorias provoca o atraso
do processo de envelhecimento. Cientistas da Universisdade de Tufts,
nos EUA, tinham descoberto que pessoas que reduziram o consumo de
calorias entre 10 e 30 por cento aumentaram a resposta do sistema
imunológico e atrasaram o envelhecimento.
Mas uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra chegou mais
longe. Uma investigação do Centro de Neurociências e Biologia
Celular daquela universidade descreveu um mecanismo inédito que explica
que a redução de calorias aumenta a molécula ‘neuropeptídeo Y’ (NPY),
responsável por estimular a “reciclagem celular”.
O grupo estudou esta “reciclagem celular”, chamada de autofagia, nos
neurónios de uma zona cerebral responsável pelo envelhecimento do corpo,
o hipotálamo.
Os resultados sugerem que a redução de calorias, em percentagens de
20 a 40 por cento, sem se prescindir de nutrientes, pode atrasar o
envelhecimento em ratinhos.
Este fenómeno explica-se com o aumento da produção de NPY que estimula, por sua vez, a autofagia no hipotálamo.
A líder do grupo de investigação, Cláudia Cavadas, sublinha que “este
estudo foi realizado durante cerca de três anos no Centro de
Neurociências e Biologia Celular"
"Envolveu vários investigadores, mostra, pela primeira vez, que o NPY
no hipotálamo é um elemento fundamental para que ocorra um aumento da
autofagia induzida pela restrição calórica”, realça.
Apesar de a comunidade científica já possuir o conhecimento de que a
diminuição de calorias atrasa o envelhecimento, o grupo de investigação
português chegou mais longe.
Descobriu que o NPY explica como esse atraso ocorre no hipotálamo, e é
nesta molécula que poderá estar a chave para combater os impactos
negativos do envelhecimento.
Fonte: http://www.ptjornal.com/clipping/2015/03/18/as-calorias-e-o-envelhecimento-portugueses-chegam-mais-longe.html
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