quarta-feira, 18 de março de 2015

As calorias e o envelhecimento - Portugueses chegam mais longe

Já se sabia que reduzir o consumo de calorias atrasa o envelhecimento. Mas cientistas da Universidade de Coimbra chegaram mais longe e explicaram o processo de reciclagem celular. Publicado da revista norte-americana Procedings of National Academy of Sciences, o estudo do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra descreve um mecanismo inédito que explica que a redução de calorias aumenta a molécula ‘neuropeptídeo Y’ (NPY), responsável por estimular a “reciclagem celular”.

Não era um dado novo: diminuir o consumo de calorias provoca o atraso do processo de envelhecimento. Cientistas da Universisdade de Tufts, nos EUA, tinham descoberto que pessoas que reduziram o consumo de calorias entre 10 e 30 por cento aumentaram a resposta do sistema imunológico e atrasaram o envelhecimento.

Mas uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra chegou mais longe. Uma investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular daquela universidade descreveu um mecanismo inédito que explica que a redução de calorias aumenta a molécula ‘neuropeptídeo Y’ (NPY), responsável por estimular a “reciclagem celular”.

O grupo estudou esta “reciclagem celular”, chamada de autofagia, nos neurónios de uma zona cerebral responsável pelo envelhecimento do corpo, o hipotálamo.

Os resultados sugerem que a redução de calorias, em percentagens de 20 a 40 por cento, sem se prescindir de nutrientes, pode atrasar o envelhecimento em ratinhos.

Este fenómeno explica-se com o aumento da produção de NPY que estimula, por sua vez, a autofagia no hipotálamo.

A líder do grupo de investigação, Cláudia Cavadas, sublinha que “este estudo foi realizado durante cerca de três anos no Centro de Neurociências e Biologia Celular"

"Envolveu vários investigadores, mostra, pela primeira vez, que o NPY no hipotálamo é um elemento fundamental para que ocorra um aumento da autofagia induzida pela restrição calórica”, realça.

Apesar de a comunidade científica já possuir o conhecimento de que a diminuição de calorias atrasa o envelhecimento, o grupo de investigação português chegou mais longe.

Descobriu que o NPY explica como esse atraso ocorre no hipotálamo, e é nesta molécula que poderá estar a chave para combater os impactos negativos do envelhecimento.

Fonte: http://www.ptjornal.com/clipping/2015/03/18/as-calorias-e-o-envelhecimento-portugueses-chegam-mais-longe.html

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