A missão inclui a colocação do pedaço de asteróide em órbita da Lua para poder ser explorado por astronautas.
Representação artística da nave ARM a colher um rochedo com os seus braços robóticos NASA
A agência espacial norte-americana NASA decidiu lançar uma nave
automática em 2020 para ir colher um naco de rocha num asteróide. O
rochedo será a seguir arrastado e colocado em órbita lunar, onde os
astronautas a poderão explorar, num primeiro passo para futuras viagens
tripuladas para Marte, anunciou esta quarta-feira aquela agência em
comunicado.
A NASA renuncia a assim a rebocar um asteróide
inteiro, como tinha inicialmente considerado no âmbito da sua Missão de
Redireccionamento de Asteróides (ARM, na sigla em inglês), lançada há
três anos. “O conceito da missão foi aprovado e demos o sinal verde para
iniciar a fase A”, disse Robert Lightfoot, responsável da NASA, durante
uma conferência de imprensa telefónica.
“A ARM deverá permitir
uma primeira demonstração de vários sistemas de voo espacial necessários
para enviar astronautas para destinos remotos no espaço, principalmente
para Marte”, salientou.
O lançamento da nave automática ARM, que
será equipada com um motor a propulsão “solar-eléctrica” que está
actualmente a ser desenvolvido, está previsto, em princípio, para
Dezembro de 2020 e deverá chegar ao asteróide em 2022.
A NASA já
seleccionou três asteróides potenciais – Itokawa, Bennu e 2008 EV5 –,
mas continua à procura de outros candidatos, tendo aumentado em 65 %,
desde a criação da ARM, a sua capacidade de detecção de asteróides cuja
órbita passa perto da órbita da Terra. A agência tem até 2019, um ano
antes do lançamento da nave ARM, para escolher o asteróide e considera
que ainda irá identificar mais um ou dois candidatos até lá.
Uma
vez na proximidade do asteróide escolhido, a nave ARM desdobrará os seus
braços robóticos para colher uma rocha, cujo tamanho poderá atingir os
quatro metros de diâmetro, na superfície do asteróide. A seguir, a nave
rebocará a rocha para a colocar, após uma viagem de cerca de seis anos,
numa órbita lunar estável. O custo da missão (sem ter conta o
lançamento) deverá situar-se à volta de 1250 milhões de dólares (1150
milhões de euros).
Em 2025, a NASA deverá então enviar para o
rochedo, a bordo de uma cápsula Orion, que já está em desenvolvimento,
dois astronautas que irão explorá-lo, recolhendo amostras de material
que deverão trazer de volta para a Terra. Esta fase da missão, prevê a
NASA, deverá durar 24 a 25 dias.
A NASA tenciona ainda testar
técnicas de desvio de asteróides que um dia poderão ser necessárias para
salvar a Terra de uma colisão potencialmente catastrófica.
Fonte: http://www.publico.pt/ciencia/noticia/a-nasa-quer-arrancar-um-rochedo-a-um-asteroide-no-inicio-da-proxima-decada-1690468
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